Onde as ruas são lugares
Que dizem pouco de mim
Portas varandas, estandartes
Do que pensam que sei
Pra entreter os óbvios
Enganar os fracos
Esquecer a noite
Que me corta o corpo
Só de te ouvir dizer
Que já passou da hora
De acabar com tudo
Mas hoje, talvez
Ninguém saiba mais de mim
Que eu
Os outros lá fora procuram
Lugares, despedidas
Que digam o que ninguém mais sabe
Ninguém sabe
Onde as ruas são lugares
Que não me deixam sentir
Enquanto curam qualquer falta maior
Seguindo jovens, encontrando velhos
Pra deixar o corpo carregar
A cidade nas costas
É só mais um alarme que não vai parar
De berrar
Mas hoje, talvez
Ninguém confie mais em mim
Que eu
Os outros lá fora, formando
Sociedades, famílias
Que mostram o fim
Que a vida é só o que ninguém sabe
Eu não sei
O que ninguém sabe
Eu também não sei
O que ninguém mais sabe
Ninguém nunca sabe
Ninguém mais sabe