Meu grande amor, somos dois barcos tristes
Que navegamos sempre em ondas fortes
Por que seguimos rumos diferentes
Um vai pro Sul e o outro vai pro Norte
Pra onde vamos não existe porto
No mar da vida somos clandestinos
Dois condenados a morrer de amor
Na tempestade do fatal destino
Já fui um grão de areia, todos pisavam em mim
Agora resolvi tomar uma decisão
Não sou mais grão de areia, virei uma pedra bruta
De pedra transformei também o meu coração
De pedra muito dura fiz pra sempre meu destino
De aço construí minha imaginação
O pranto dos meus olhos para sempre envenenei
Pra matar seu orgulho e a sua traição
Homem de pedra que não tem mais compaixão
Não tem alma, não tem nada, nem amor, nem ilusão
E só assim silenciou meu sofrimento
Sou agora uma estátua sem abrigo no relento