Foi ela a mais querida, paixão da minha vida
Eu a adorava tanto, que logo me casei
Com ela fui sincero, esposo sempre amigo
E as horas de amargura, em risos transformei

Ao cabo de algum tempo, de unir nossos destinos
Nasceu um garotinho, orgulho do meu lar
A vida nos sorria, eu era o que queria
Um chefe de família, honrado a trabalhar

Mas numa noite de reis, quando ao meu lar regressava
Descobri que me enganava, com meu amigo mais fiel
Louco de dor e ultrajado, por cena tão deplorável
Cheio de ódio implacável, sem compaixão os matei

Que quadro companheiro, nem quero recordá-lo
Encheu-me de vergonha, de mágoa e de rancor
Que vale ser bondoso, se um dia em minha vida
Cravaram em meu peito, a flecha desta dor

Por isso companheiro, é hoje a triste noite
Meu filho os sapatinhos, lá fora colocou
Espera o seu presente, não sabe que a mãe dele
Por falsa e por canalha, fui eu quem a matou

Por isso companheiro, é hoje a triste noite
Meu filho os sapatinhos, lá fora colocou
Espera o seu presente, não sabe que a mãe dele
Por falsa e por canalha, fui eu quem a matou