Eu, hermafrodita
Da água respirei, a vida
No sangue que bebi, o soro
Nos ares explodi, em choro
Da gula que comi, a fome
Da fêmea que nasci, homem
Eu me transformei, em mim
Do Deus que duvidei, o sim
Das mortes que vivi, o além
Dos vícios que virei, refém
Dos bichos que sou, felina
Na velha que estou, menina