Tempo a dentro, campo a fora
Campo a fora, tempo a dentro
Busco um rumo e me concentro
Bomboendo o clarão da aurora
Que se destapa la fora
Na imensidão desta pampa
Onde a mais crioula estampa
Amanhece arrastando espora
Esta é a pátria que eu levant0
Na garupa deste anseio
De andar parando rodeio
Nestas coisas que amo tanto
Esta pampa que eu garanto
Que sempre será bendita
Pra o pampeano que acredita
Na verdade do meu canto
Meu canto não tem retovo
Pois fala de gineteadas
De cucharras e bolqueadas
Tempo antigo e mundo novo
Abro o peito e me comovo
Na obrigação que me resta
De quebrar o chhapéu na testa
E cantar para o meu povo
Porisso abraço a encordada
Golpeando prima e bordão
No estilo mais macharrão
Que por ser xucro me agrada
Sinto minha alma templada
Por um pátrio sentimento
Pois ergo a pampa nos tentos
E resto levo a trompada
Pátria pampa chão sagrado
Querência de quem sustenta
A inspiração que alimenta
Este canto abagualado
E aqui te faz um costado
Este simples peão de estância
Que traz apegos e ânsias
Junto a guitarra abraçado
Meu canto seiva de autrora
Mostra a cara pra o futuro
Trânqueia de lombo duro
Pisando em pastos de agora
Talvez fique ou va simbora
Pra o mundo abanando os fleco
Mas a de ficar teu eco
Tempo a dentro, campo a fora