Hoje cedo meu patrão
Recorri das casas ao mato
Do gado, as vacas vão linda
Não pintou o carrapato
Só aquela flaquerona
Talvez precise de ajuda
O campo, vem apertado
E a ternerada taluda
Encilho dia por meio
No compromisso que trago
Me agrada banhar os olhos
Com as paisagens do pago
De manhã tudo é mais lindo
Ao cantar da passarada
E o campo, por campo envida
A uma encilha e campereada
E o campo, por campo envida
A uma encilha e campereada
Campo a fora já não laço
Mangueio e trago pras casa
Cada coisa no seu tempo
Que o pito não perde a brasa
Vivo assim peão solitário
Que o resto a vida me logra
Não me queixo, esta é a sina
Do destino que me sobra
Bem campeiro era o guri que me ajudou outro dia
Um pecado andar rolando, pelas vida em picardia
O campo faz tempo sofre, pela falta dew campeiro
Tudo muda na vida, oigalê, tempo matrero
Num ranchito duas águas
Vejo de cima a coxilha
De companheiro, um palheiro
E um radinho de pilha
Pra me entreter corto lenha
Vez por outra prego um cocho
Já firmei pé de galinha
De algum moerãozito froxo
Quando o peito corcoveia
Encilho e largo pra vila
Encontrar uma prosa amiga
E deixa atado algum pila
Depois volto assoviando
Pra o rumo que fiz pra mim
Não preciso muito mais
Sou solito e vivo assim
Não preciso muito mais
Sou solito e vivo assim