Tenho dez milhão de motivo pra viver de improviso
Eu ouço um Djonga, Flatwood, Mac nocivo
Meu gosto musical é esquisito
Eu acho que as pessoas são livros
Eu vejo o mundo passar no meu tempo corrido
Adquiri com o tempo um temperamento explosivo
Tá ruim, mas tá bom, eu tô bem, eu tô vivo
Voltar do Vietnã, deixou nós tudo fudido
Sinto saudade de lugares a que eu nunca fui
Emocionalmente eu acho que eu pequei
Beat é do Samuca, tui, tui, tui, tui
Hoje eu vivo em Hollywood, coisas que eu imaginei
Pensamento flui, flui, sua MC Xamã de Santa Cruz, puta
Na literatura crua, poeta fora da lei
Se te amar, me inclui em tudo
Pense alto, escute mudo, todo pensador é rei
E se livros fossem líquidos?
Quais seriam seus colírios?
Nas rezadeiras, benzedeiras, pras biqueiras, perdendo seus filhos
Mistérios líricos, do ciclone, dos donos dos ciclos
O flow é do pântano, o milagre é do peixe, o mestre é o Milton
Quem quer, quer, quem tem, tem, paga pau
Vem rimadores desde meninos, besouros não são beduínos
Falta aditivo a teu discurso falido e nativo
No descompasso do olho que lacrimeja na lama de sangue batido
No chão de sangue pisado de um povo esquecido nasceu um lírio
No pântano a flor de lótus, o sonho de Yana Loto
A lotus de cena pra meu pai sorriso
A fé que move a caneta é com o sistema nossa treta
E esse teu mau uso de livre-arbítrio
Capoeira salva um, também somos do jiu-jitsu
Qual a fórmula quântica que justifica essa semântica de extermínio?
Aviso os menino fechar o bloco, ganso nunca foi sócio
Eita Tomás de Aquino
Milagre, nós somos milagre
Tenho cem milhões de sorrisos, olhos tão indecisos
Decepções, fotos e arquivos
Por ser tão calmo eu guardo tanto ódio comigo
Lembro de pensar, certo e não vingar, eu viro bandido
Sinto saudade de lugares a que eu nunca fui
Emocionalmente eu acho que eu pequei
Beat é do Samuka, tu e tu e tu e tu
E hoje eu vivo em Hollywood, coisas que eu imaginei
Pensamento flui, flui, MC Xamã de Santa Cruz
Puta, na literatura crua, poeta fora da lei
Milagre, nós somos milagre
Hey, hey