Num remelexo que é de cair o queixo
Solta o fole, abre o fecho
Que o frevo vai começar
No bole bole tem que ter a cara dura
Quando a mão vai na cintura
O corpo chega arrepiar
Virou fofoca tremendo disse me disse
Cá nas bandas do Arrecife
A quadrilha do Czar
Uma indecência, despertando uma Querência
Eu não minha inocência resolvi experimentar
Era gente dançando daqui
E o russo cantando de lá
Misturou polca com coco
Quero ver não se entregar
Era o russo cantando de lá
E a gente dançando daqui
Balalaica vai chorando
E o triângulo a sorrir
O cais tremeu com a zoada arretada
Virou valsa embolada, a sanfona ao luar
Na praça, virou festa e cantoria
Feito chuva em São João
Foi-se o povo na folia
Tinha retrato e promessa no baú
Beijo danado que veio do sul
Mas o cabra se avexou, pôs-se o barco e partiu
Tão Inocente, Belford Roxo descobriu
Que Rússia nada, isso é Recife meu Brasil
Samba meu povo, que a emoção não tem fim
No fervo do frevo, o destino sorri pra mim
Chegou a hora de apostar nessa virada
Canta Caçulinha da Baixada