Onde se escondem?
Onde adentram as raízes
De uma ávida tão triste
Angustia?
Como uma estrela se viu
Em cima do mar se ouviu
Trombetas
Faróis
Um mau presságio que caminha do horizonte
A tempestade em calmaria se consome
Se até as andorinhas cessaram o cantar
Tão disforme está o luar
Onde será que estavam
Meus pensamentos, semanas atrás
Quando incessantemente queria saber mais
De onde vinha aquilo, som, ruído
Tudo o que fazia-nos imaginar e pensar
A sonhar com um futuro melhor
Mas como um pesadelo era tudo pior, muito pior
Meus pés descalços incomodaram suas botas vis
O que era seu lar
Hoje vê queimar
Quem me deu vida
Agora jaz escrava
Em nossas gargantas seu linguajar
Algo tão difícil de dominar
Pois tão fácil e simples se tornou falar
Amar
Amar
Tribo, meus pais, tudo
Cruzes, grilhões, torturam a dor
A floresta
Não é mais
Sagrada
Onde os deuses se convergem
Em uma só voz rogando
Em aflita entonação: Amor!
Posso ouvir a sua voz
Implorando por amor
Desde as águas até o céu!
Tão amargo quanto o fel!
Constelações se unirão
Brilhando com resplendor!
Os gritos da natureza
Da Terra!
Jamais estarão sós
Nunca mais!
Ma Na'rìng alor
Mì Na'rìng lu tsngawpay
(Ó bela floresta, há lágrimas na floresta)
Awnga leym, lereym san, Ma Eywa!
(Nós gritamos, chamando: O Eywa!)
Gritos, gritos
Há um sorriso
No rosto de quem ganha
Há gemidos e feridos
Impiedosa barganha
Isso me atrai e me assusta
Como é possível tanto avanço e cultura
Será que o homem com o passar dos anos
Vai se tornando mais tirano?
Então diga-me qual é o peso de um pecado?
Por que pra alguns ele é somente ignorado?
Esse amor que tanto pregam será desprezado
Enquanto formos seus escravos
Ouro e glória
Levantemos as tochas
Brindemos à vitória
Contra a Terra
E foi nesse dia que a mãe natureza
Com cólera extrema assim evocou
Toda a sua ira e os céus se abriram
Tremendo os homens com muito terror
Então nesse dia os astros vieram
Para receber os prantos de uma mãe
Que clama por filhos que outrora se amavam
Mas já não são como irmãos
Será que é pedir muito?
Quando os deuses se entristecem
Contra criações rebeldes
Devastados gritam em terror
Posso ouvir a sua voz
Implorando por amor
Desde as águas até o céu!
Tão amargo quanto o fel!
Constelações se unirão
Brilhando com resplendor!
Os gritos da natureza
Da Terra!
Jamais estarão sós
Nunca mais!