Nem bem clareia e o mate já tá cevado
E o peão faz planos pra o dia que se inicia
Braseiro acesso e a cambona no costado
E o palheiro são sua campanhia
Um cusco bueno e um pingo encalhado
São os parceiros que não lhe deixam na mão
Depois de um mate de um café bem reforçado
Se vai pro campo desempenhar sua função
É bem assim a vida de um campeiro a lida é pesada
Esquila e doma lidando com o gado ele faz tudo isso
Cura bicheira aparta o bezerro e estica o aramado
E nunca reclama pois peão de fazenda não nega serviço
Vejam em agosto quando a garoa judia
Encharca o poncho e a aba do sombreiro
Num tempo quente quando o Sol lhe queima a cara
Nunca se queixa do calorão de janeiro
Esse campeiro sem balda e sem cerimônia
Segue sua sina sem nunca sair do trilho
O seu ofício não se aprende em faculdade
O ensinamento se passa de pai pra filho
É bem assim a vida de um campeiro a lida é pesada
Esquila e doma lidando com o gado ele faz tudo isso
Cura bicheira aparta o bezerro e estica o aramado
E nunca reclama pois peão de fazenda não nega serviço