Minhas esporas penduradas lá num canto do galpão
Os potros já dão as faltas dos tempos que lá se vão
O meu basto paisandu num cavalete escondido
Silenciou a muito tempo já não ouve o rangido
Pelegos esparramados servem de cama a cuscada
Tapados de judiaria dos retovos da potrada
Já faz tempo que eu não monto nem ando mais a cavalo
Nem quebro um queixo de potro nem dobro os pulsos num pealo
As rédeas as vezes ingraxo vez por outra o fim do dia
Pra modo de me entreter e me livrar da nostalgia
De vez em quando me encontro tesquinando e trançando tentos
Lembrando os tempos passados outras épocas outros ventos