Um espelho que fica na frente do outro
Emoldurando o espírito idiossincrático
Que dá a tudo o voto monocromático
Ausente do povo e de ouvido mouco
Denominando sorte a herança usucapião
Babando e fedendo alegria egoísta
Até que alguém finalmente lhe grita
Moço, presta a atenção, sua suástica caiu no chão!
Apesar da ferrugem espremendo a mola
Carcomida e fraca, porém força latente
Como o moleque que mostra os dentes
Indaga e troça: Tio, cê tá de marola?
Traduzir a incógnita e o esculacho
A cólera e a futrica comezinha
Contra quem pregará a vizinha
Tão boazinha, carola da ditadura
Será que morreremos levando desejos frustrados
Da pouca fama à infâmia inglória
Sempre fugindo dos brutos
De sanha persecutória?
Mas como alimentar a loucura e a responsabilidade?